O dia era 15 de dezembro de 1951. Foi nessa data que Nilza de Souza Roberto, hoje com 74 anos, começou a trabalhar no Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de João Monlevade, onde ficaria até se aposentar, em julho de 1986. Ela foi a primeira secretária da entidade, inaugurada em 7 de setembro daquele mesmo ano, no bairro Cidade Alta, que, mais tarde, teria todas as suas edificações demolidas para dar lugar à expansão da planta da Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira (atual Belgo Arcelor Mittal).

“Houve um concurso e eu passei em segundo lugar. O primeiro lugar era para o escritório e, o segundo, para auxiliar de dentista”, lembra Nilza, irmã da cantora Neide Roberto e tia do cantor Rômulo Rás, duas grandes referências culturais de Monlevade. Ela acabou trabalhando apenas cinco meses na área odontológica, sendo logo transferida para o setor administrativo, como secretária.

Na época em que Nilza ingressou no quadro de funcionários do sindicato, a gestão estava a cargo de uma junta governativa e logo passaria para Jether Franco, primeiro presidente. Ela veio a secretariar, ainda, outros 10 presidentes.

Nilza vivenciou períodos difíceis, como a intervenção militar em 1964 – quando o sindicato era presidido por Geraldo Oscar -, mas diz ter poucas lembranças das assembléias e embates. O que sua memória guarda são, principalmente, os momentos da trajetória de seu pai, o metalúrgico Joaquim Paulo Roberto, e sua mãe, Jesuína de Souza, que tiveram 22 filhos, dos quais ela é a mais velha. Joaquim trabalhava na Belgo em Sabará, onde Nilza nasceu, e seguiu para Monlevade como integrante da turma responsável pela implantação da laminação na unidade da empresa nessa cidade, onde se aposentou após 40 anos de atividade na siderúrgica.

A primeira secretária do sindicato conversou com a equipe do projeto Memória na última quinta-feira, 4.

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