O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de João Monlevade (Sindmon-Metal), Otacílio das Neves Coelho, respondeu a questões encaminhadas pelo jornal local “A Notícia” sobre a proposta de reforma tributária formulada Governo Bolsonaro, em tramitação no Congresso Nacional. Ele destacou que a Central Única dos Trabalhadores (CUT), sindicatos cutistas e outras instituições comprometidas com as demandas populares consideram que, mais uma vez, são privilegiados interesses da elite econômica e que o projeto governamental não ataca as desigualdades sociais.

Confira a entrevista,  publicada na edição desta sexta-feira (30) do jornal:

Como o Sindicato vê a reforma tributária proposta pelo governo federal em trâmite no Congresso Nacional?
Esse tema tem sido objeto de discussão das centrais sindicais e entidades afiliadas. A postura da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e sindicatos cutistas é de rejeição da proposta em sua totalidade por entenderam que ela atende apenas ao projeto neoliberal desse desgoverno: aumentar a concentração de renda em vez de combater a desigualdade social.

Quais são os prós e contras dessa reforma? Esse é o momento mais adequado?
Prós? Como dito na questão anterior, o que se pode ter é POSIÇÃO CONTRA. E, em um momento de pandemia, com aumento da pobreza e de múltiplas carências, a proposta vem apenas atender às intenções do atual desgoverno de consolidar o apoio de suas bases. E que bases suas essas? Ora, a “elite do atraso” (na expressão do sociólogo Jessé de Souza) que viabilizou a eleição de Bolsonaro e o mantém lá.

Em que e como ela pode impactar os trabalhadores, aposentados e pensionistas?
Conforme análise não só da CUT, mas de outras entidades comprometidas com um projeto de combate à desigualdade, essa proposta não ataca o problema dos impostos indiretos, que incidem sobre o consumo e pesam tanto sobre a sociedade. Assim, quem acaba pagando imposto de fato é o povo, os segmentos populares e a classe média assalariada – isso a proposta não muda.

O que o Sindicato pensa da proposta de isenção de Imposto de Renda das entidades de previdência fechada e aberta, os conhecidos fundos de pensão?
Esses fundos de pensão têm neles dinheiro dos trabalhadores e das trabalhadoras. É um contrassenso que a mesma elite que ataca a Previdência Pública enfraqueça fundos de pensão, alguns deles de empresas públicas ou mistas, cujo patrimônio é construído pela classe trabalhadora.

Qual é o papel da população nesse processo?
A população tem que se manifestar, se posicionar contra esse desgoverno. Mas ela não tem como fazer isso sem entender que está em curso um projeto é contra seus interesses, principalmente nesse mundo em que fake news tomam conta das redes sociais para ludibriar as pessoas. É importante que haja espaço para que lideranças populares se manifestem e desmontem o discurso elitista, concentrador e impopular desse desgoverno.

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[Foto: Wir Caetano / Dabliê]
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