Confederação nacional da categoria lançou documento com sugestões para fortalecimento da indústria. Presidente da CUT diz que entidade também irá apresentar um programa para “disputar agenda”

[Escrito por: Rede Brasil Atual]

"O que ocorre nosso país é a perda da soberania", afirma dirigente dos metalúrgicos [Foto: Shayanne Servilha / CNM/CUT]
“O que ocorre nosso país é a perda da soberania”, afirma dirigente dos metalúrgicos [Foto: Shayanne Servilha / CNM/CUT]
A Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT) apresentou na última quarta-feira (30/11) propostas para retomada da economia e fortalecimento da indústria, em contraponto ao que considera políticas de retrocesso do atual governo. “É preciso explicar à sociedade que não é verdade que as únicas propostas para a saída da crise são essas medidas reducionistas que o governo golpista apresenta. Queremos disputar essa agenda e explicar ao povo brasileiro que o problema não é o custo do trabalho e sim o custo do dinheiro, do rentismo”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas – a central também apresentará um programa para a economia.

Durante encontro na capital federal, a confederação apresentou a deputados e senadores um documento com 35 sugestões de incremento à atividade industrial, para encaminhamento no Congresso. Um dos itens propostos é o aumento de 60% para 80% no conteúdo nacional na cadeia de produção do setor de bens de capital – com participação dos trabalhadores na elaboração de um novo método de medição.

“O que ocorre no nosso país é a perda da soberania, como a construção de plataformas de petróleo no exterior, que gera desemprego no Brasil , com prejuízos para o setor naval , por exemplo”, afirmou o presidente da CNM-CUT, Paulo Cayres. Ele também destacou a importância de estímulo à construção civil. “Se esse segmento vai bem, melhora também a siderurgia, um dos setores mais atingidos com o  desemprego, que poderá voltar a produzir e vender.”

Segundo o documento, o emprego formal na indústria metalúrgica cresceu 73% de 2003 a 2014, com abertura de mais de 1 milhão de vagas com carteira assinada, ressurgimento de segmentos como o da construção naval e desconcentração regional das fábricas. Parte desse crescimento se perdeu a partir da crise, com fechamento de 517 mil postos de trabalho.

“Um dos argumentos do golpe era que o Brasil estava em uma crise econômica, não resolvida pelo governo anterior. Hoje, o governo golpista não tem legitimidade nem competência para resolver os problemas”, afirmou Vagner Freitas. “Só se fala em redução de custos e não em propostas para a retomada do crescimento industrial. A CNM-CUT está apresentando propostas para a sociedade e não para o governo.”

Outra medida que os metalúrgicos consideram fundamental é retomar o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra). Significa investimento para a empresa, para recuperação de recursos”, observou Cayres.

Em carta distribuída nesta quarta-feira, a CNM-CUT afirma que “se soma às entidades dos movimentos sindicais e social para condenar e combater as medidas que estão sendo gestadas pelo governo golpista de Michel Temer e seus aliados no Congresso Nacional e no Judiciário, que representam um retrocesso sem precedentes aos direitos trabalhistas e sociais”.

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