João Paulo Pires de Vasconcellos, um dos mais influentes líderes sindicais do Brasil, faleceu em 23 de agosto. Nascido em Belo Horizonte, em uma família de 11 irmãos, João Paulo começou a trabalhar aos 14 anos, inicialmente em seguros e, após a morte do pai, assumiu o escritório de topografia da família. Em 1960, foi indicado para trabalhar na Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, em João Monlevade, onde seu envolvimento com o sindicalismo começou a ganhar força.

Ele se filiou ao Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos em 1961, influenciado por seu vizinho e líder sindical Geraldo Oscar de Menezes. Com o tempo, João Paulo se tornou uma figura central no “Novo Sindicalismo”, um movimento que emergiu nos anos 1970 e que buscava conscientizar os trabalhadores, fortalecer os sindicatos e promover a solidariedade de classe. Ele liderou o sindicato de Monlevade por dois mandatos, de 1972 a 1978, e foi responsável por uma das primeiras greves após o Ato Institucional nº 5 (AI-5).

Após deixar a presidência do sindicato, João Paulo foi transferido para Sabará pela Belgo-Mineira, onde novamente liderou uma greve, interrompendo as operações da usina pela primeira vez desde os anos 1940. Mais tarde, foi transferido para a administração central da empresa em Belo Horizonte, onde continuou a lutar pelos direitos dos trabalhadores. Em 1980, voltou a João Monlevade e, apesar de ser afastado das operações diretas da usina, continuou a apoiar movimentos trabalhistas.

Na década de 1980, suas ações garantiram condições salariais melhores para os trabalhadores da Belgo-Mineira. João Paulo também foi um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em 1983, mas se demitiu em protesto contra a localização da sede em São Paulo. Mesmo relutante quanto à participação partidária, João Paulo foi pressionado a entrar na política e foi eleito deputado constituinte, onde ajudou a escrever a Constituição Federal de 1988, exercendo dois mandatos de 1986 a 1993.

Mesmo após deixar a política, João Paulo continuou a denunciar condições de trabalho precárias e políticas econômicas prejudiciais aos trabalhadores. Em seus últimos anos, ele manteve um vínculo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Monlevade (Sindmon-Metal), expressando continuamente sua preocupação com o fortalecimento do movimento sindical. Em maio deste ano, já enfrentando problemas de saúde, enviou uma carta de apoio à nova diretoria do sindicato.

Desde o início de nossos encontros mensais, o Café com os Aposentados se transformou em um espaço especial para conversas e reencontros. Em agosto, tivemos a alegria de receber o amigo Laurindo Avelino da Silveira, que tanto contribuiu com o Sindicato. No dia 26 de agosto, ele celebrou seus 90 anos. Desejamos ao companheiro muitas felicidades e saúde!

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