Mais uma vez no TL-3

Mesmo após várias reuniões com a Arcelor, inclusive com a mediação do Ministério Público do Trabalho, tem uma situação que não muda no TL-3.

O Sindicato continua a receber denúncias cada vez mais graves de assédio, ameaça e terrorismo por parte de um “líder”.

A situação é tão grave que os trabalhadores se organizaram para pedir socorro ao Sindicato. Nas últimas semanas tivemos várias denúncias, entre elas:

Uma funcionária foi humilhada e puxada pelo braço ao ser retirada da cabine de controle. Por medo de represália a trabalhadora não fez denúncia, porém ela relatou o ocorrido aos colegas de trabalho;

Constantes ameaças para cumprimento de metas, inclusive com medidas administrativas ignorando o fator humano. Erros não são tolerados e ainda são punidos com notificações e advertências. Na fala deste “líder”, o supervisor que não punir tais erros operacionais será punido junto ao seu subordinado;

A maior preocupação do Sindicato e dos trabalhadores que fizeram as denúncias é com a segurança e integridade física dos companheiros de trabalho. Pelo modo que o laminador vem sendo gerenciado, é iminente o risco de um novo acidente como o ocorrido no início deste ano, onde um funcionário perdeu a visão de um dos olhos, ou que ocorra algo ainda mais grave. Além disso, vários trabalhadores estão procurando tratamento psicológico devido ao clima de terrorismo e pressão instituído por essa liderança.

Para piorar ainda mais a situação, foi proibido qualquer tipo de compensação até o mês de julho, incluindo as que já estavam agendadas e são previstas em acordo de turno de revezamento.

Contudo, este “líder” ainda ameaça seus subordinados caso alguma reclamação sobre a sua gestão chegue ao conhecimento do Sindicato. O Sindmon-Metal reitera que a prática antissindical é crime previsto na lei 9029/1995 art. 1º e repudia veementemente tal atitude e cobra investigação e resposta por parte da empresa.

A empresa disponibiliza um canal de denúncias o qual, segundo os trabalhadores, está sendo utilizado já há algum tempo com denúncias graves como as citadas acima, que claramente ferem o código de conduta e ética pregados pela Arcelor. Porém, até o momento não obtiveram retorno.

 

Pedido de socorro no GACAT

Muitos trabalhadores insatisfeitos com as condições de trabalho têm pedido conta por não aguentar a alta demanda, cobrança excessiva, pressão para produzir e falta de mão de obra, sobrecarregando os demais que por enquanto têm a intenção de continuar na empresa.

Os funcionários operacionais têm que ajudar na manutenção ou operar equipamentos com defeitos devido à falta de mão de obra também por parte da manutenção.

Há também reclamações que os supervisores vêm impondo que alguns funcionários tirem apenas 20 dias de férias, e não estão concedendo os cinco dias de folga como previsto no acordo coletivo de turno de revezamento.

Operadores de pontes rolantes estão trabalhando em condições ruins, há pontes com vidros quebrados, ar-condicionado danificado, rádios com defeitos, iluminação deficiente e sem fazer o devido horário de descanso, tendo que na maioria das vezes pegar lanche, quando é disponibilizado.

Fagulhadores conseguem ir ao restaurante apenas quando o laminador para, ou quando outro funcionário pode rendê-lo, neste último caso lhe é disponibilizado no máximo 20 minutos para ir ao restaurante e retornar.

Os funcionários são frequentemente convocados a fazer horas extras, e quando os mesmos não estão disponíveis são coagidos e expostos inclusive nos DDS. Outra prática preocupante é a pressão que os supervisores têm feito para funcionários que se encontram em afastamento médico se apresentarem à medicina com o intuito dos mesmos retornarem ao trabalho. Muitas vezes o funcionário ainda nem se recuperou e tem que ir para a medicina, onde na maioria das vezes é liberado para trabalhar.

Além disso, faltam banheiros nos halls, e os que tem muitas vezes estão sem condições de uso, sem água, sem porta, sem a devida limpeza e manutenção.

As reuniões de segurança são marcadas em cima da hora, sem seguir um cronograma, e faltam respostas sobre os problemas da área que são levantados.

Na atividade de esmerilhamento de tarugos, praticamente todas as maquinas estão carentes de manutenção, os mecânicos se esforçam, mas a demanda é muita para pouca mão de obra, forçando os operadores a ajudarem na manutenção das máquinas mesmo sem os recursos necessários e a operá-las em condições ruins.

Já na Ala de Saída, os funcionários estão sobrecarregados, com cobranças de forma grosseira tanto da sua gerência quanto da Aciaria. Os trabalhadores não estão dando conta de tanta atividade devido à grande quantidade de tarefas e falta de mão de obra. Eles disseram que a ventilação para o resfriamento auxiliar com ventiladores de conforto é insuficiente. Máquinas de tripagem, rebarbamento e pintura não funcionam. A Manutenção tem atuado, mas não consegue manter em funcionamento, promovendo um ambiente inseguro e com condições precárias de trabalho.

Quando há produção do aço 4140, os funcionários são obrigados a trabalhar com os ventiladores desligados, e muitas vezes não é fornecido um hidratante.

Como se não bastasse, há denúncias de que em algumas letras os funcionários da Ala de Saída são direcionados para trabalhar em outras funções, sendo que não estão dando conta nem da sua própria área e que, após demissões e pedidos de desligamento, há letras com um desfalque de até seis pessoas.

Lembramos que todas essas denúncias foram trazidas ao Sindicato por funcionários de cada área citada e averiguadas com vários trabalhadores que confirmaram tais situações.

Não é de hoje que denúncias como essas provenientes do GACAT chegam ao Sindicato e são levadas ao conhecimento da empresa, há pouco tempo entramos em um consenso perante o Ministério Público do Trabalho sobre situações parecidas e demos um voto de confiança à Arcelor. Esperamos que sejam cumpridas as promessas. Mais atitude e menos conversa.

 

Dia do trabalhador e da trabalhadora

Assim como outras datas que hoje ganham um tom festivo, o dia do trabalho surgiu como marco de reivindicação. Por isso, 1º de Maio é dia de reafirmar a importância de lutar por melhores condições de trabalho, remuneração justa e por uma economia mais humanizada, em que o capital não é o fim, mas apenas meio.

Ninguém deve viver para trabalhar, mas, sim, conseguir, através do trabalho, ter acesso a tudo aquilo que necessita para ter qualidade de vida.

Neste 1º de Maio, o Sindmon-Metal se dirige novamente a todos os trabalhadores e trabalhadoras e expressa sua proximidade e disposição para seguir lutando lado a lado com vocês.

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