Negociação se estendeu por sete meses, e números aprovados foram os melhores de todas as unidades da siderúrgica no Brasil negociadas no mesmo período
[Por: Wir Caetano]
A campanha teve início em novembro do ano passado e, inicialmente, a categoria reivindicava reajuste salarial de 5,97% a partir de outubro de 2020 (data-base), além de abono de R$ 4.039,00. A primeira contraproposta da ArcelorMittal Monlevade, no mês seguinte, foi de reajustar os salários em 2% em maio de 2021 e pagar abono de R$ 750,00.
Ao longo do processo negocial, o Sindicato fez vários ajustes em seus números, com base em análise da conjuntura e na tentativa de viabilizar um acordo que atendesse às demandas dos metalúrgicos e metalúrgicas. A entidade avaliava que a empresa avançava pouco e desconsiderava as perdas dos trabalhadores e trabalhadoras.
Em 30 de março, depois de a siderúrgica propor reajuste de 3,89% a partir de daquele mês e abono de R$ 900,00, o Sindicato declarou impasse e as negociações foram interrompidas. Um mês depois, a diretoria sindical aceitou convite para voltar à mesa, quando então os patrões propuseram os números que foram aprovados na última quarta-feira por 99,7% dos votantes.
Tecnologia
A assembleia virtual foi realizada por meio da plataforma Zoom, e o Sindmon-Metal contou com apoio técnico e operacional do Sindicato dos Metalúrgicos de BH e Contagem e do Sindicato dos Jornalistas de Minas.
O presidente do Sindmon-Metal, Otacílio das Neves Coelho, considera que essa primeira experiência da entidade com o formato online foi muito bem sucedida apesar de alguns problemas técnicos. “O total de participantes foi cerca de 390 companheiros, e a votação – feita por meio de registro do voto na área de bate-papo – foi supertranquila”, avalia.
Otacílio diz que o mais importante é que a classe demonstrou firmeza para sustentar uma campanha longa e conquistar um acordo que, mesmo não sendo o ideal, ficou em patamares superiores ao de outras unidades do mesmo segmento da ArcelorMittal Brasil.
O presidente faz questão de destacar também que a colaboração de outros sindicatos demonstra que união e trabalho em rede são fundamentais para o sindicalismo e, mais ainda, diante dos novos desafios, tanto sanitários quanto tecnológicos.