Além de estratégias para o Dia de Paralisação e Manifestações, 10 de agosto, outra questão em pauta foi a necessidade de marcar presença em Brasília no dia 15 do mesmo mês, quando será registrada candidatura de Lula
[Texto e fotos: Wir Caetano / Sindmon-Metal]
“A população precisa entender que é basta de crise, basta de congelamento de salário, basta de desemprego, basta de privatização, basta de entrega do patrimônio do povo”. Foi assim que a secretária de Comunicação da CUT/MG, Rosângela Costa, expressou a mensagem a ser espalhada pelo país em 10 de agosto, data definida pelas centrais como Dia Nacional de Paralisação e de Manifestações (ou simplesmente DIA DO BASTA).
A secretária foi uma das lideranças que participaram das mesas de debate durante a Plenária Interestadual Minas Gerais e Espírito Santo, que reuniu entidades cutistas na Escola Sindical 7 de Outubro, em Belo Horizonte, nessa quinta-feira, 19.
A plenária teve como foco a preparação para o Dia do Basta e a mobilização para garantir o registro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 15 agosto, quando se pretende reunir 100 manifestantes em Brasília (DF). O evento serviu também para lançar a Plataforma da CUT para as Eleições 2018, discutir a continuidade das ações por Lula Livre e a defesa da democracia e dos direitos.
No início da plenária, lideranças que integraram a mesa de debates foram unânimes em defender a necessidade de mobilização popular para reverter os efeitos do golpe que derrubou a presidenta Dilma Roussef em 2016.
Participaram dessa mesa de abertura o secretário-geral da Central Única de Minas Gerais (CUT/MG), Jairo Nogueira Filho; a secretaria de Comunicação, Rosângela Costa; Milton dos Santos Rezende, da CUT Nacional; Silvio Netto, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); a pré-candidata a deputada federal Cristina del Papa, coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes) e licenciada da Diretoria da CUT/MG; e o diretor licenciado do Sinpro-JF, Roberto Cupolillo, pré-candidato a deputado estadual.
Radicalização da democracia
Após as manifestações iniciais, foi montada uma segunda mesa, dedicada a análise de conjuntura. Um dos responsáveis pelas análises, ao lado do secretário geral da CUT Nacional, Sérgio Nobre, foi Frederico Melo, técnico da Subseção do Dieese da CUT/MG. Melo disse que as elites que comandam o Brasil “não têm projeto; estão vendendo o país”.
O técnico do Dieese elencou problemas graves como o alto índice de desemprego, empregos de baixa qualidade e queda na arrecadação do Estado, dentre muitos outros. Destacando que “capitalismo e democracia têm relação conflituosa”, ele defendeu ser necessário “radicalizar a democracia”.
“Para chegar a este objetivo temos que democratizar o Estado; lutar pela revogação da PEC 95; promover as reformas política, do Judiciário e tributária; democratizar os meios de comunicação de massa; recompor os direitos e direitos do trabalho; e acabar com a criminalização dos movimentos sociais”, apontou Melo.
Já o secretário geral da CUT Nacional, Sérgio Nobre, além de destacar a importância das plenárias, chamou atenção para o fato de que a população está despertando para questões que antes não havia conseguido absorver. “Quando denunciamos a reforma da Previdência, a população entendeu e por isso a reforma não foi aprovada. Mas a reforma trabalhista foi mais difícil de explicar. Agora o povo está entendendo. Quem trabalha no comércio já sentiu, com trabalho intermitente, a terceirização, o processo do golpe.” Para Nobre, o momento mostra que “vamos virar o jogo”.