Atividade organizada pela Confederação Sindical das Américas será em novembro em todo o continente e também reunirá os movimentos sociais do continente

[Escrito por: Solange do Espírito Santo / CNM/CUT]

jornada

Entidades sindicais de todos os países americanos estão organizando a Jornada Continental por Democracia e contra o Neoliberalismo. A atividade, coordenada pela Confederação Sindical das Américas (CSA) e com a participação dos movimentos sociais e sindical, será deflagrada em novembro, e tem o objetivo de mobilizar trabalhadores de todos os países em protesto contra o ataque aos seus direitos por parte de governos que voltam a apostar em medidas neoliberais para atender aos interesses do capital financeiro internacional.

No Brasil, a CUT e as demais centrais sindicais estão organizando uma série de ações para barrar as investidas do governo golpista de Michel Temer, que quer impor uma agenda de retrocessos à classe trabalhadora, com propostas de reformas que flexibilizam os direitos trabalhistas e impõem duro golpe no sistema de aposentadoria, além da famigerada PEC 241, que congela por 20 anos as verbas de áreas fundamentais para a população, como educação e saúde.

“Conhecemos os efeitos colaterais do neoliberalismo e da ausência do Estado na vida de um país: aumento do desemprego e sucateamento dos serviços públicos, o que leva a população à miséria e à fome. Vivemos isso nos anos 1990. Por isso, definitivamente, é preciso impedir que esse modelo – que só aprofunda a crise social – volte a dominar o Brasil”, assinala o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres.

O sindicalista lembra que o nosso país já experimentou outro modelo por 13 anos – durante os governos Lula e Dilma – provando que o crescimento econômico é indissociável do desenvolvimento social. “Quando se governa para a população, propiciando meios dela aumentar sua renda, a roda da economia gira. Quando se governa para poucos, tira-se da maioria da população para encher ainda mais os bolsos dos mais ricos e dos detentores do capital”, alerta Cayres.

Crescimento na indústria
Segundo o presidente da CNM/CUT, os metalúrgicos e as metalúrgicas da CUT de todo o país vão se somar à Jornada Continental, para mostrar sua união e disposição de impedir essa investida neoliberal, iniciada quando Temer e os parlamentares, a serviço da elite econômica mundial, derrubaram a presidenta legitimamente eleita e, assim, ferindo de morte a democracia.

Além de fazer coro à pauta da atividade internacional, vão reivindicar também ações concretas para que o ramo industrial volte a crescer e seja o principal motor para o desenvolvimento social. Paulo Cayres recorda que a Confederação e seus sindicatos filiados há tempos defendem o estabelecimento de uma política de Estado (e não de governo) para a indústria nacional, com medidas de longo prazo e que levem em conta contrapartidas trabalhistas.

“Temos de avançar para além de medidas como a desoneração fiscal temporária e assegurar que a indústria não fique tão vulnerável em períodos de crise e, mais ainda, que os trabalhadores não sejam as únicas vítimas, com o desemprego”, reforça o presidente.

O secretário geral em exercício da Confederação, Loricardo de Oliveira, destaca que, além de defender uma política permanente para o ramo, os metalúrgicos da CUT têm uma pauta imediata que também vão defender nas ações da Jornada Intercontinental: não à terceirização, renovação da frota de veículos, mudança na tabela do imposto de renda, jornada de trabalho de 40 horas, redução da taxa de juros, mais empregos e defesa da Previdência Social. “É preciso agir rápido para tirar a indústria e os trabalhadores do atoleiro da crise. Por isso, a mobilização é fundamental para impedir que o governo e o Congresso Nacional avancem com seus ataques aos nossos direitos”, completa Loricardo.

Informações sobre a Jornada
A Confederação Sindical das Américas criou um site específico sobre a Jornada Continental por Democracia e contra o Neoliberalismo, com informações sobre as atividades que estão sendo organizadas em cada país e subsídios para as ações das entidades. Confira aqui.

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