Mobilizações conjuntas iniciam em março com a unificação de agendas que devem parar o Brasil
[Escrito por: Luciana Waclawovsky]
Em reunião realizada na sede da CONTAG na manhã desta quinta-feira (02), a CUT declarou apoio integral às propostas de mobilização contra a PEC 287/16, que trata da reforma da previdência, sugerida pela atual gestão do governo sem voto. A CUT também vai apoiar a proposta de retirada imediata do texto dos trabalhadores da agricultura familiar e assalariados rurais. A prioridade da CUT e da CONTAG deve ser a construção de um substitutivo global com as propostas dos trabalhadores a partir da visão de viabilidade e sustentabilidade do sistema de Previdência e Seguridade Social.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, reafirmou a posição da Central de que não existe negociação com um governo que chegou ao poder destituindo uma presidenta legitimamente eleita pela maioria da população brasileira. “Não estamos vivendo um momento normal da vida política e econômica do país, vivemos hoje em um regime de exceção. Nossa prioridade é “fora Temer”, eleições diretas já e nenhum direito a menos. Vamos mobilizar e lutar para derrotar as reformas da previdência e trabalhista, não temos o que negociar com esse governo”, afirmou Freitas. Para ele, não podemos emendar uma proposta que não pretende reformar a previdência, “mas acabar com a aposentadoria pública e entregar como ativo financeiro para os bancos privados, em pagamento pelo golpe”.
Freitas defendeu o diálogo com todos os setores da sociedade e a criação de comitês de mobilização nos municípios e estados para promover ações de rua e debates contra o modelo que está sendo proposto pelo presidente usurpador Michel Temer (PMDB). Segundo o dirigente, a crise acontece nas cidades, onde a economia local gerada pelos proventos da Previdência Social será exterminada. “Precisamos municipalizar ao máximo nossa campanha contra a Reforma da Previdência para pressionar os deputados nas suas bases eleitorais e também para mostrar à sociedade que este governo não tem nenhum compromisso com a população e que o objetivo maior dessa reforma é acabar com as políticas públicas sociais, principalmente com a aposentadoria das pessoas”.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), Alberto Broch, destacou que o ramo dos rurais é o que mais sofrerá com a implementação da agenda do golpe. “O governo de plantão veio com toda a velocidade para retirar os direitos dos trabalhadores e, com a proposta de trabalhar ininterruptamente por mais de 50 anos, nossa categoria será a mais sacrificada”. O dirigente apresentou, ainda, uma ação de diálogo direto com entidades nacionais como CNBB, Confederação Nacional dos Municípios, Câmaras de Vereadores, sindicatos e associações para iniciar um processo de sensibilização junto à população. “Sem agricultura familiar não existe alimento na mesa das pessoas”, concluiu.
As propostas de mobilização apresentadas pela CONTAG dialogam com todas as propostas que foram debatidas pela Executiva Nacional da CUT no dia 01/02 em São Paulo. Neste sentido, o presidente da Central, Vagner Freitas, propôs que a CONTAG participe do Fórum das Centrais Sindicais, observando a especificidade dos trabslhadores rurais na previdência, além da integração da categoria no Dia Nacional de Paralisação em 15 de março, juntamente com a Greve Nacional do Setor da Educação.
Participaram da reunião a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, o secretário de finanças da CONTAG, Aristides Veras e representantes da Confederação Nacional dos Assalariados Rurais.