Fomos surpreendidos, no último dia 2, com a informação de que a ArcelorMittal Monlevade suspenderia as operações do laminador 1, afetando diretamente 156 pessoas, e gerando em toda a unidade na cidade 37 demissões.
Em reunião com parte da diretoria do sindicato, representantes da empresa justificaram a paralisação do trem de laminação com a queda da demanda por aço no mercado.
No entanto, na última quarta-feira (11), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a venda da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), no Ceará, para a ArcelorMittal.
O acordo de aquisição da nova empresa do grupo ArcelorMittal já havia sido assinado em julho do ano passado, por um valor de aproximadamente 2,2 bilhões de dólares.
Conforme o Cade, a CSP, que agora pertencerá oficialmente à ArcelorMittal, responde por aproximadamente 30% de placas de aço no mercado nacional.
Mesmo tratando-se de uma unidade industrial que fabrique aço para outro segmento do mercado, os resultados econômicos devem cair no mesmo cofre do grupo no Brasil.
Portanto, haverá sido justa a demissão de 37 trabalhadores em nossa cidade, enquanto a empresa investia mais de 2 bilhões de dólares em outro estado brasileiro? A folha de pagamento com somente 37 pessoas a mais de fato impactaria o balanço da empresa? E estará realmente a empresa comprometida com o desenvolvimento de nossa cidade e a geração de empregos como costuma dizer?
Destacamos ainda que decisões como a suspensão do trem de laminação costumam ser tomadas com antecedência. Com efeito, soube-se que o remanejamento de funcionários começou a ser realizado 60 dias antes, mas a empresa não chamou o sindicato nesse período para conversar sobre as demissões. O Sindmon-Metal foi informado no dia em que a operação foi paralisada e as demissões começaram a ocorrer, parecendo tratar-se de uma tentativa de a empresa evitar qualquer tipo de reação.