É cada vez mais comum encontrar nos supermercados alimentos e bebidas feitos a partir de subprodutos de leite e feijão partido. Carcaça e pele de frango, que antes eram descartados, atualmente também são vendidos.
Sindmon-Metal, com informações da Folha de São Paulo e do UOL
Em tentativa de “contornar” os contínuos aumentos de preço de alimentos no país, alguns supermercados começaram a oferecer em suas prateleiras algumas alternativas.
Segundo a Folha de São Paulo, subprodutos lácteos, como o soro de leite, têm sido vendidos como substitutos do leite tradicional, cujo preço já chega a R$ 10 em algumas cidades do país. As sobras da produção de leite também têm sido usadas na fabricação de produtos similares para substituir os tradicionais creme de leite e leite condensado.
Mas não é só no ramo dos laticínios que essa troca é vista. O feijão comum, que também teve aumento significativo nos últimos meses, tem como alternativa um produto composto por 70% de grãos inteiros e 30% de feijão bandinha [partido]. O consumidor deve estar atento, já que a venda é autorizada desde que esteja devidamente identificado no rótulo do produto.
Outros produtos que vêm sido vendidos país afora e que indicam a situação de carestia são encontrados em açougues, que hoje vendem carcaça e pele de frango em sacos plásticos e bandejas para pessoas que já não tem condições de comprar outros produtos.
Mais da metade da população convive com insegurança alimentar, e 33,1 milhões passam fome
O UOL publicou em junho que, em menos de dois anos, o Brasil quase dobrou o número de pessoas em situação de insegurança alimentar grave – ou seja, o número de pessoas que passam fome. As informações são do Vigisan (Inquérito Nacional Sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia Covid-19 no Brasil).
Segundo o levantamento, mais da metade da população brasileira (58,7%) vive com algum grau de insegurança alimentar, o que significa que 125,2 milhões de brasileiros estão nessa situação. Em condição de fome, encontram-se 33,1 milhões de pessoas no país.
Outro relatório, esse divulgado pela Organização das Nações Unidas, indica que o Brasil voltou para o Mapa da Fome em 2021.
Foto: Divulgação