Esta semana, empresa divulgou resultados financeiros no Brasil, com crescimento de desempenho em relação a 2019, apesar da pandemia; projeto de duplicação da Usina de João Monlevade, anunciado há mais de 10 anos, permanece parado
[Por: Wir Caetano / Sindmon-Metal]
A ArcelorMittal Monlevade chega à segunda quinzena de abril de 2021 sem ter fechado acordo coletivo com o Sindicato dos Metalúrgicos (Sindmon-Metal), após cinco meses de negociação e propostas que não cobriam as perdas salariais da categoria. Houve impasse na última rodada negocial, no dia 30 de março.
Paralelamente, a ArcelorMittal Brasil divulgou na terça-feira (13), os resultados financeiros de 2020, destacando que, apesar da pandemia, “alcançou resultados positivos em seus indicadores financeiros e desempenho operacional acima das expectativas”.
Conforme dados apresentados pela siderúrgica, o lucro líquido ficou R$ 1,235 bilhão, aumento de 16% em relação a 2019, quando os números chegaram a R$ 1,068 bilhão.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) – utilizado no cálculo da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) – foi de R$ 5,083 bilhões, com crescimento de 27% frente a 2019. Com esse desempenho, a margem Ebitda sobre a receita líquida avançou três pontos percentuais em relação a 2019 e atingiu 15%.
Por sua vez, a valor da receita líquida, de R$ 33,070 bilhões, representou alta de 1,9% em comparação com o ano anterior.
Produção e vendas
A produção de aços longos e planos, segundo o comunicado da siderúrgica, apresentou queda de 8% frente a 2019, e atingiu o patamar de 9,5 milhões de toneladas. Quanto ao volume de vendas, a empresa informou que houve declínio de 6,8%, pelo mesmo parâmetro de comparação, e os números ficaram em 93 milhões de toneladas.
A empresa avalia que “a queda na produção se deu pelo forte recuo da demanda experimentado no primeiro semestre do ano tanto em aços planos quanto em longos”. Esse cenário foi compensado pela “rápida recuperação da demanda no segundo semestre, com a retomada das atividades e recomposição de estoques por parte dos principais clientes, com destaque para as montadoras de veículos e as empresas de construção civil.”
Duplicação
A ArcelorMittal Brasil afirma ter investido “um total de R$ 1,1 bilhão, destinado a projetos ambientais, de eficiência operacional e de desenvolvimento de produtos, soluções de alto valor agregado e transformação digital através de seus laboratórios de inovação Açolab e iNo.VC e sua empresa de tecnologia ArcelorMittal Sistemas”.
A empresa destacou, entre outras iniciativas, o retorno do funcionamento do alto-forno 2, na unidade de Tubarão, a retomada dobras de implantação da terceira Linha de Galvanização na Unidade de Veja, em Santa Catarina, com investimento total de R$ 1,5 bilhão, e a conclusão da reforma de um dos altofornos de Juiz de Fora, com recursos na ordem de R$ 118 milhões.
Por outro lado, o projeto de duplicação da Usina de Monlevade, com aumento da capacidade de produção anual de aço bruto de 1,2 milhão para 2,4 milhões, aprovado em 2007, continua parado. No demonstrativo anual de desempenho disponível no site internacional da siderúrgica, pode-se ler: “on hold” (em espera).